quinta-feira, 28 de abril de 2016

Publicando seu próprio livro. Missão: CAPA!

   Após me deparar com autores independentes (na realidade são mais autoras), fiquei em dúvida se eles estariam seguindo passos semelhantes aos que estou caminhando nesse mundo literário ou se estão mais avançadas que eu. Se na postagem anterior busquei as impressões sobre o que os leitores estariam achando dos livros publicados de forma independente, agora decidi trocar ideias com os autores, mais precisamente decidi interrogá-los quanto a algumas questões.

Capa do livro Ambiguidade
   Minha primeira pergunta foi logo para um assunto que considero muito difícil para alguns meros mortais: a capa. Se escrever já é algo que nem todo mundo se sente confortável em fazer, desenvolver uma capa se torna algo mais complexo, principalmente para o autor. Não vamos comentar aqui as exceções, pessoas que possuem o dom de captar a essência do próprio livro e traduzi-lo numa imagem bem editada, formatada e com a fonte de texto ideal que promova aquele destaque que esperamos.

   Poderia ter perguntado se a ideia da capa foi pensada no início, durante ou no final do livro. Mas será que isso realmente importaria? Minha maior dúvida estava em quem desenvolveu a capa do livro publicado, se o próprio autor, se um amigo ou se pagou pelo serviço. Podemos ter a sorte de ter um amigo que se solidarize com seu projeto de escrever um livro e com suas habilidades desenvolver um projeto gráfico primoroso, mas não é assim que todos pensam. Hoje em dia, qualquer coisa envolve dinheiro, e se for gastar tempo para desenvolver tem que existir alguma compensação financeira além de ver seu nome ali na contracapa indicando quem fez a arte visual da capa.

Capa do livro
O Vestido de Trinta Rosas
de Lívia Messias
   Livia Messias lembrou muito bem que quem desenvolve uma capa, geralmente é denominado de "capista", pode ser um profissional que tem habilidades com ferramentas de manipulação digital de imagens, ou até mesmo um desenhista. Mas capista é algo mais profundo, por que geralmente ele capta a essência do livro (como eu havia dito) e traduz aquilo numa imagem que cabe perfeitamente para a capa, inclusive já analisando o gosto do público por aquele tipo de trabalho visual.

   O custo de desenvolvimento de uma capa varia muito, depende da habilidade do profissional, e quanto mais requisitado, consequentemente ele deverá cobrar mais caro. Mas vem a questão: o autor independente estaria disposto a investir na produção profissional de uma capa para seu primeiro livro ou para suas obras que decide publicar?

   Minha herança judia corre pelo meu sangue apesar de não ser praticante do judaísmo (dizem que os judeus são naturalmente "canguinhas") e quando decidi publicar meu primeiro livro comecei a fazer algumas contas básicas. Diferente de alguns autores, eu decidi adotar a plataforma do Clube de Autores para publicar meu livro, que por ser um sistema sob demanda, ou seja, os livros são impressos quando são adquiridos pelos leitores e não é realizada uma tiragem mínima, o custo individual de um exemplar sai caro.

Capa do livro Gravidade
de Hellen Flávia
   Eu não possuo a criatividade para criação de imagens, preciso da ajuda de familiares para fazer algumas artes gráficas, no entanto, eu possuo conhecimento para manipular imagens. Como eu não tinha a ajuda para criar uma capa, eu estava disposto a pagar pelo serviço no meu primeiro livro, Ambiguidade, pesquisei um preço médio e entrei em contato com uma amiga que é artista plástica, queria que ela fizesse a capa. Não havíamos acertado valor, nem nada, fiquei esperando por algum resultado e também, nada. Eu iria pagar uma quantia substancial pelo trabalho dela, mas ela refugou.

   Assim como eu queria no início, outras autoras optaram por pagar a um profissional pelas suas capas, a exemplo de Hellen Flávia com seu livro Gravidade, e Paula M. C. Basílio com o livro prestes a ser lançado, Hidden Love.

   Isso significa que outros tantos autores que estão ingressando no mundo literário também devem estar preocupados com suas capas e avaliando se deve fazê-la por conta própria, obter a ajuda de um amigo (pouco provável) ou contratar um profissional. Mas será que vale mesmo à pena?

   Vamos fazer umas contas?
Capa do livro Hidden Love
de Paula M. C. Basílio
   - Se o autor for investir fisicamente na impressão mínima de quinhentos exemplares de um livro com uma média de 200 páginas, provavelmente o custo individual será em torno de R$15,00 a R$20,00.
   - O serviço profissional para desenvolvimento de uma capa varia bastante. Procurando uma média de preços de prestadores de serviços do Clube de Autores, uma capa pode sair por R$300,00 a até R$600,00.
   - Das quinhentas cópias inicias impressas pelo autor, isso significa que o livro terá um valor a ser agregado de R$0,60 a R$1,20 para cada cópia para cobrir o custo da produção da capa. As próximas tiragens não teriam mais esse custo agregado.
   - O autor precisaria vender os 500 livros para reaver esse valor investido.

   Vale salientar que, se o autor optar por outros serviços profissionais, ele terá outros custos que serão agregados ao valor individual do livro, reduzindo cada vez mais a margem de lucro que provavelmente esperava ter com a venda de sua produção. Não estou aqui para desestimular o autor iniciante, mas sim para mudar o seu foco, o seu ponto de vista. Muitas vezes o desejo inicial é de querer ver o lucro nas primeiras vendas e talvez o correto não seja pensar dessa forma. Talvez o correto é pensar no lucro "zero" ou no menor prejuízo de investimento para que o retorno financeiro comece a vir nas próximas tiragens.

   O livro tem que ter um custo acessível, se o autor optar por exemplo, revender sua obra numa livraria, a mesma cobra um comissionamento de 50%, ou seja, o autor precisa dobrar o valor do seu livro (incluindo sua margem de lucro) para que possa reaver o dinheiro investido nas tiragens. Isso significa que aquele livro que custou R$15,60 não deverá ser vendido por menos de R$35,00 na livraria se não quiser ter prejuízos.

   Por fim, seguindo a contramão de pagar por um profissional, eu decidi ser o criador de minhas próprias capas. Lívia Messias revelou que também produziu sua própria capa. Não é um trabalho fácil. Se de alguma forma o autor possuir o mínimo de conhecimento em desenho ou edição de imagens, pode ir arriscando na produção da capa de seu livro, querendo ou não, é ela que vai despertar a curiosidade do leitor em conhecer sua obra.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

A literatura proveniente da auto publicação

   Existe um universo paralelo (se assim pode-se dizer) da literatura que permeia leitores que buscam por obras ofertadas gratuitamente, disponibilizadas em sites dedicados a escrita de livros, a exemplo do wattpad, ou até mesmo de livrarias virtuais que divulgam e vendem livros que dificilmente serão encontrados em livrarias de shopping centers ou nas ruas. Esse universo que extrapola os limites das editoras oficiais pertence aos autores iniciantes, que decidem pela auto publicação de suas obras por diversos motivos. Nessa primeira parte da análise que permeia a auto publicação, alguns leitores foram solicitados a responderem um questionário analisando os livros de autores independentes, que é relatado a seguir.

   Primeiro foi perguntado se é possível notar diferenças entre um livro auto publicado de um livro editado por uma editora conceituada. Nesse quesito seria necessário abordar alguns aspectos, detalhá-los inclusive, pois, alguns leitores são atraídos não apenas pela sinopse que o livro oferece, mas também pela capa, pela diagramação e publicidade. É muito mais fácil adquirir um livro que todo mundo está lendo e comentando do que um esquecido no canto com uma capa simplória e que poderia conter uma história mais interessante. Focando em apenas um aspecto: conteúdo, alguns leitores revelaram que não perceberam diferenças entre livros independentes dos que são editados profissionalmente.

   Digamos que, se fôssemos adotar uma metodologia científica, a "olho nu" o conteúdo de um autor iniciante que publica seus livros de forma autônoma não difere muito de um livro publicado por uma editora conceituada. No entanto, é possível afirmar que se esse mesmo livro for entregue a um profissional, ele será lapidado e formatado para um padrão da editora, algo que pode ser interessante para um público. Dessa forma será possível notar a diferença de um livro auto publicado para um produzido por uma editora.
   
   A segunda pergunta se aprofundou a erros de ortografia, digitação, gramática, concordância, coisas do tipo. Nesse quesito foi possível notar que a maioria dos escritores independentes se preocupam com esse aspecto, sendo raros os casos em que erros gritantes surjam e acenda o sinal de alerta para si. Nesse ponto é imprescindível um segundo olhar, um ponto de vista que não seja do próprio autor para encontrar erros desse tipo. Porém, há uma ferramenta bastante útil para quem usa o pacote Office da Microsoft que é o corretor ortográfico que inclusive sugere algumas concordâncias nominais e verbais. 

   Vale salientar que uma obra não revisada pode arruinar por inteiro o livro, o leitor desiste de continuar a leitura ao encontrar erros gritantes que indiquem que o escritor não se preocupou um pouco com esse aspecto, portanto, se estiver com pressa, pare, respire um pouco e revise mais uma vez. Já tive problemas recentes de revisar dois livros e depois de impressos virem com outros erros, mas claro, que podem ser relevados (ou não).

   A terceira pergunta causou uma indiferença, pois tratava-se da concisão da escrita, da ordem cronológica, da boa descrição e relação entre os personagens. Tudo isso por que tipos de falhas como essas podem ser vistas tanto em auto publicações como livros editados profissionalmente. Isso pode ser o grande indício de que muitas editoras estão buscando aproveitar o sucesso de um livro e solicitando do autor o lançamento de um logo em seguida que pode trazer falhas desse tipo.

   Na quarta pergunta, relacionada a estar disposto para novas parcerias e leitura de autores independentes, foi uma unanimidade. É bom ver que o mercado para autores iniciantes é uma porta aberta para os leitores interessados, o que falta para alavancar o sucesso é um fator relacionado com a quinta e última pergunta.

   A última pergunta é sobre a real necessidade de um autor iniciante ter que investir financeiramente na publicação de sua obra, visto que as principais editoras não estão dispostas a arriscar em alguém ainda desconhecido no mercado literário. Se for analisar comercialmente, escritor é uma profissão e para se tornar reconhecido precisa investir não apenas o seu capital intelectual, mas também o mínimo de recursos para ver sua obra publicada, no entanto, há quem defenda que a contribuição literária basta (eu sou um desses defensores) e que o pagamento das impressões deveriam provir das vendas. Mas se o livro não tiver boas vendas e empacar nas prateleiras, quem fica com esse custo?

   Essa talvez seja a pergunta mais polêmica e inconclusiva, pois, se um autor iniciante não investir em suas publicações, as suas chances serão menores de alavancar suas vendas e obter o sucesso. Podem existir as exceções, é claro. O caminho se torna mais árduo, é necessário encontrar parcerias em blogs, divulgar nas principais redes sociais, fazer a propaganda boca a boca, promover sorteios, produzir mimos a exemplo de marcadores, bottons, etc. Não é fácil e é por esse caminho que estou trilhando.

   É bom ver que os leitores estão dando oportunidade a autores independentes e o resultado de suas leituras não estão sendo tão frustrantes assim. Existe qualidade nessas produções e temos um potencial de expansão literária caso as editoras queiram apostar nesses novos autores, mas também é necessário ter leitores disponíveis para comprar suas obras. Muitas vezes é uma equação que não fecha, não é exata, não é precisa e oscila bastante. E é por isso que o custo de publicação é repassado para o autor, pois, ele precisa primeiro acreditar e apostar no seu sucesso e somente depois de alcançado, que virão os interessados em investir nas próximas edições.

   Agradeço a:
   - Lilian do blog Leitoras Vorazes
   - Jéssica do blog Meu Mundo Meu Estilo
   - Paty do blog Leituras Plus
   - Márcia do ig para.ler

Resultados da Semana do Escrito pelo blog Leituras Plus

   Bem, quem não acompanhou a semana passada eu participei da Semana do Escritor pelo blog Leituras Plus. Foi uma enorme coincidência ter conhecido Paty O. B. S. Se não me engano eu estava procurando resenha do livro A Matéria dos Sonhos, de Valéria Martins e acabei me deparando com esse blog. Intrometido que sou, procurei o e-mail de contato e fiz minhas apresentações, oferecendo inclusive um dos meus livros no formato digital para pudesse ser lido e resenhado.

   Acontece que a surpresa foi recíproca, pois, descobrimos que moramos no mesmo estado, porém em cidades distantes. Foi unido o útil ao agradável, Paty desejava realizar uma Semana do Escritor com um autor baiano e eu apareci meio que do nada e concordei em participar desse projeto. Ofereci dois livros para que ela pudesse ler e fosse resenhado, além de responder a algumas perguntas para a entrevista.

   A Semana do Escritor então foi dividida:

  Segunda-feira, 18/04/16 - houve a divulgação da primeira parte da entrevista (link aqui)

  Terça-feira, 19/04/16 - Paty divulgou a resenha do livro Chapada: A Descoberta de Uma Paixão (link aqui)
   
   Quarta-feira, 20/04/16 - divulgação do sorteio de dois livros meus (link aqui)
   - Chapada: A Descoberta de Uma Paixão
   - A Forma Abstrata de se Curtir a Vida
   O sorteio exigia a participação do interessado em seguir o perfil do blog e do autor no instagram, além de algumas regras

   Quinta-feira, 21/04/16 - divulgação da segunda parte da entrevista (link aqui)

   Sexta-feira, 22/04/16 - resenha do livro: A Forma Abstrata de se Curtir a Vida (link aqui)

   Domingo, 24/04/16 - realização do sorteio e divulgação do ganhador

   Além disso, tomei a iniciativa de realizar uma promoção dos meus livros para download gratuito pelo sitem da Amazon. Pude então observar que muitos se interessaram para adquirirem a versão digital de meus livros que estiveram em oferta durante 5 dias. Os resultados foram os seguintes:

   - No total foram 127 downloads, o dia de maior movimentação foi na terça-feira, 19/04/16;
   - A Forma Abstrata de se Curtir a Vida liderou com 67 downloads
   - Chapada: A Descoberta de Uma Paixão teve 41 downloads
   - Ambiguidade: Quando um Dom se Torna Conflitante teve 19 downloads

   Apesar de Ambiguidade não ter sido divulgado (foi proposital), ele também teve um número expressivo de interessados. Estou contando que os interessados que baixaram esses livros, leiam e divulguem para outros que também venham a se interessar pelas minhas obras.


   Só tenho que agradecer a oportunidade que Paty me deu em seu blog, dedicando uma semana inteira para mim e confiando no meu trabalho como escritor. Isso não impede que outros blogs também entrem em contato comigo, continuo ofertando livros no formato e-book para que sejam resenhados e formados novas parcerias.

   Obrigado, e que venham mais oportunidades!

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Sorteio no blog Leituras Plus

   Prosseguindo com a Semana do Escritor do blog Leituras Plus, inicia-se hoje o sorteio de dois livros selecionados por mim, que serão autografados e enviados aos ganhadores que aderirem e obedecerem as regras impostas pelo blog.


   Serão sorteados um exemplar de A Forma Abstrata de se Curtir a Vida e outro exemplar de Chapada: A Descoberta de Uma Paixão, Volume 1.

As Regras do sorteio serão bem simples.

1. Seguir o Instagran do blog: @leiturasplus ;
2. Marcar 3 amigos. (não pode ser de famoso, fake e repetir) Dica: quanto mais marcar amigos, mais oportunidade de levar os dois livros do autor;
3. Seguir o instagran do autor: @eulaliohereda (regra essencial e será verificada antes de anunciar o vencedor);
4. Residir em território brasileiro.

   O sorteio será realizado e monitorado pelo blog Leituras Plus, sendo o envio do livro ao ganhador realizado por mim (via Correios, é claro).

   Boa Sorte aos participantes!

terça-feira, 19 de abril de 2016

Resenha de Chapada pelo blog Leituras Plus

   Prosseguindo com a Semana do Escritor no Blog Leituras Plus, hoje foi postada a resenha do livro Chapada: A Descoberta de Uma Paixão, Volume 1. Para quem quiser ler a resenha na íntegra, basta clicar no link abaixo.


   Comentando um pouco um livro que li de Charles Kiefer (Para ser Escritor), atualmente um livro precisa ter capítulos curtos e isso é algo que não estou muito acostumado a lidar e não imaginava que contaria como um ponto negativo, mas conta e tem gente que tem predileção por livros com capítulos curtos por que assim consegue ler trechos nos intervalos curtos do dia e assim interromperia um ciclo completo, não deixando um capítulo pela metade para ler depois.

   Nesse aspecto me considero um herege da leitura, eu dobro as quinas das folhas, utilizo as orelhas para marcar página e inclusive faço anotações, mas não de caneta, faço de lápis, pois assim contrasta menos com a tinta do texto e deixo ali alguma observação ou apontamento que queria fazer de algum trecho do livro. Dessa forma, não seria problema algum para mim interromper a leitura num trecho entre capítulos e reiniciar depois.

   Não estou dizendo aqui que serei irremediável quanto a esse assunto, nem que discordo da existência de capítulos curtos. Pelo contrário, no terceiro volume de Chapada (infelizmente não deu para fazer isso no segundo) já estou implementando a metodologia de criar capítulos mais curtos, talvez ainda não seja o ideal, mas já é o começo.

   Ao ler essa resenha chego à conclusão da existência de diversas interpretações e predileções que cada leitor possui. Lá encontra-se um livro lido, na realidade, lá encontra-se a visão que uma leitora teve do livro, que para mim, foi uma visão bastante positiva. Às vezes deixo propositadamente alguns aspectos dos personagens em aberto e me surpreendo com a visão que o leitor complementa do personagem, do cenário ou até mesmo de algum trecho do livro.


   Vale à pena ler a resenha feita por Paty O. B. S. em seu blog e reparem! Essa semana o livro está gratuito para download no site da Amazon. Então, não percam a oportunidade para ler também!

   Abraços!

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Abrindo a semana do escritor no blog Leituras Plus

   Iniciou hoje no blog Leituras Plus uma semana dedicada a mim.

   - Mas como assim?

   Após inúmeras prospecções para oferecer meus livros a leitores ávidos, me deparei com Paty O.B.S., detentora do blog Leituras Plus, que, após descobrir que também sou baiano ,lançou a proposta de me entrevistar, realizar uma semana de postagens dedicada ao autor (que sou eu) e também a publicação de resenha dois livros que cedi na versão digital para leitura.


   - E o que tem nessa semana?

   Hoje foi divulgada uma página dedicada a mim (clicando aqui) e uma parte inicial da entrevista que concedi a Paty O. B. S. (clicando aqui ou no link abaixo), amanhã sairá uma resenha de um dos livros escolhidos por ela e ainda há muito mais por vir que será divulgado à medida que as postagens forem publicadas.

   Link da entrevista: Entrevista Parte 1 - Eulálio Hereda


   Acompanhem o blog dela também e vão se atualizando com as postagens da semana!

   Até mais!

sábado, 16 de abril de 2016

Sessão NETFLIX: Se Enlouquecer, Não se Apaixone

   Estava aqui revisando minha lista de filmes assistidos e não poderia deixar passar em branco "Se Enlouquecer, Não se Apaixone". Um adolescente em crise, fortemente influenciado por seus pais a seguir uma carreira e ainda sem condições de definir o que espera da vida. O resultado: um desejo de suicidar-se o leva voluntariamente a se internar numa clínica psiquiátrica, imaginando que não levaria tempo o suficiente para não ser notada sua ausência na escola. Lá ele conhece Bobby, um interno da clínica o qual se torna seu amigo e Noelle, a garota por quem se apaixona. Recomendo como excelente filme para fim de semana e provavelmente entrará novamente na minha lista para assistir novamente.

Sinopse:

Craig (Keir Gilchrist), estressado com as demandas de ser um adolescente e assustado com sua tendência suicida, decide buscar ajuda em uma clínica psiquiátrica. Internado por uma semana, ele logo é acolhido por Bobby (Zach Galifianakis), que se torna seu mentor, e se encanta com Noelle (Emma Roberts).

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Conto: A morte após a traição


   Aquela mulher parecia ser a parceira ideal, foram dias maravilhosos em que eles estiveram juntos. Dias não, meses, até que ele resolveu tomar a decisão de lhe pedir a mão e abençoar a relação diante do matrimônio. Era a mulher ideal para si, não via algum tipo de defeito, lhe satisfazia todos os desejos, não reclamava quando chegava tarde às sextas-feiras após bebedeira com os amigos, cuidava da casa e dele com a devida atenção, estava sempre disposta para o sexo a qualquer hora, em qualquer lugar e por quantas vezes quisesse.

  Talvez tenha sido o sexo que mais lhe chamou a atenção, ela era despudorada, demonstrava sentir prazer e não se saciava facilmente, aceitava qualquer tipo de posição e pedia mais. Quando apenas namoravam isso não era um problema, pois, justamente nos curtos encontros que tinham serviam para matar a saudade e aplacar toda a vontade guardada de possuí-la. Sobrava disposição, mas faltava tempo.

   Quando casaram foram curtir a lua de mel no nordeste brasileiro. O calor, o sol, a praia e aquele biquíni minusculo no corpo de sua mulher se transformava num chamariz para o tesão. Ela fazia questão de desfilar pela areia da praia até a água do mar, sorria insinuosamente não só para ele, mas também dava uma "quebrada" de olhar para outros que lhe abençoava com palavras graciosas e com olhares desejosos de possuí-la. Ele, por sua vez, estava hipnotizado com tamanha beleza que era incapaz de olhar para os lados ou até mesmo notar que outros também olhavam para sua mulher e se insinuavam para ela.

   E ela sentia prazer em ser tocada em público pelo seu marido, sabia que isso só fazia aumentar os olhares para si. Não era ingenuidade da parte dele, mas sim um tipo de oclusão mental, parecia não enxergar e se importar que as pessoas ao lado percebiam seus movimentos libidinosos em sua mulher. E ela adorava isso. Foram maravilhosos dias nupciais, até mesmo quando retornaram para casa.

   O trabalho como taxista lhe rendia bem e permitia que ele chegasse mais cedo em casa brindando-a com alguns mimos que eram recompensados com sexo. Os dias de casados foram passando e eles começaram a se acostumar com a vida a dois. Ela não trabalhava, investia a remuneração de seu marido para ir à academia e manter as coxas grossas, o bumbum durinho e apetitoso, a barriga magra e os seios pareciam ter vida própria, se mostravam duros e empinados como a de uma jovem de 20 anos. Também não deixava de frequentar periodicamente o salão de beleza e era a responsável pelas compras mensais no mercado.

   Os meses de convivência entre marido e mulher foram passando. Veio a crise econômica e de alguma forma ela afetou a relação do casal, que ainda permanecia em alta temperatura quando se encontravam. Ela se mostrava insaciável, porém, ele, com a necessidade de ficar mais tempo na rua para conseguir a mesma remuneração que tinha antes passou a chegar mais tarde em casa. As horas ociosas que tinha enquanto esperava por uma corrida só fazia aumentar o desejo de chegar em casa para despir sua mulher e se entregar aos prazeres da carne por onde ela estivesse.

   Para compensar a ausência do marido ela passou a ficar mais tempo na academia. Gostava de fazer movimentos com seu macacão curto e bastante colado ao corpo. Evitava usar calcinha para não ficar marcando e o tecido elástico evidenciava mais suas partes íntimas quando agachava ou se alongava num determinado exercício. Os homens babavam e não deixavam por menos, se aproximavam, ofereciam ajuda e se insinuavam. Ela permitia ser desejada e agraciada por eles, mas sempre evitava maiores aproximações. Se permitia apenas aumentar seu ego para quando chegasse em casa repassasse todo o desejo e vontade para seu marido.

   Mas foi com a diminuição do tempo de sexo com ele que a carência veio. Ela não se importava se ele a traía quando estava na rua trabalhando, nunca chegou a pensar nisso. Todos esses atrasos justificados pela crise e redução na corrida poderia ter uma mulher no meio, mas, mesmo assim ela não ligava.

   Foi um homem na academia que lhe despertou interesse, parecia transpirar desejo, seu olhar parecia lhe possuir sem que ao menos fosse tocada, e quando suspirava após um exercício ela chegava a ter a sensação de orgasmo. Desse jeito, toda vez que o via na academia, se aproximava para fazer exercício em algum equipamento próximo para exibir seus atributos físicos. E ele percebeu, com todo seu jeito cafajeste se aproximou e ela praticamente se jogou em seus braços.

   Ela fazia academia às segundas, quartas e sextas-feiras e isso não despertava a desconfiança do marido, que não sentia diferença alguma de atenção ao chegar em casa. Mas foram os mimos que havia deixado de presenteá-la que gerou desconfiança ao abrir inadvertidamente seu guarda-roupas e se deparar com peças novas e bastante provocantes de lingerie que nunca a viu usar.

   Numa terça-feira ela avisou que iria ao Shopping. Era muito cedo e ela negou a carona ofertada pelo marido. Quando percebeu que, mesmo pegando um coletivo, ela chegaria antes do shopping abrir que o sinal vermelho da desconfiança acendeu. Pegou a chave do carro, deu aquele beijo e com um ar de provocação puxou a alça da camisa para lhe beijar os seios. Notou o sutiã novo em seu corpo e ela até tentou disfarçar, puxando a blusa para cima antes que fosse feita alguma pergunta.

   Sem dizer nada ele saiu de casa, estacionou o carro na próxima esquina e ficou apenas observando. Um carro para à porta de sua casa, dá uma buzinada e curiosamente sua mulher sai, tranca o portão e entra no carro. O vidro era escuro, não dava para notar quem estava dentro. Ele retorna para o táxi e segue o veículo até a entrada de um motel. Era a certeza de que estava sendo traído e a cólera lhe corrompeu por completo. Queria entrar, mas sabia que os funcionários não revelariam em qual quarto sua esposa estaria fazendo sexo com o amante e chamariam a policia caso ele se exaltasse.

   Foram quatro terríveis horas. Sua camisa estava encharcada de suor e seu olhar transtornado passava a alienação mental que estava vivendo naquele instante. Ele estava próximo o bastante da entrada do motel. Cutuca um pouco abaixo do seu banco e confere que lá havia uma arma, nunca havia utilizado, mas estava ali para se defender algum possível assalto. O portão já havia aberto e fechado para a saída de vários veículos, quando ele identifica o carro do amante não pensa duas vezes, sai do táxi com a arma em mãos e segue correndo até o veículo que ainda estava com a janela do motorista fechando.

   - Não faça um movimento em falso! - o taxista grita para o motorista apontando a arma para sua cabeça

   Era a situação da mais completa imprevisibilidade. Aquele motorista ali com a arma apontada para sua cabeça, o perfeito cafajeste que se insinuou para uma mulher casada e a levava quase todos os dias para o motel, também era um policial. Com suas táticas de distração e sem saber que quem lhe apontava a arma era o marido traído, ele alcança sua pistola e consegue disparar o primeiro tiro, acertando seu oponente na barriga.

   Enquanto a mulher saía pela porta do carona e retornava para o motel para se abrigar, tiros são disparados de um lado para o outro. Ambos os homens, marido e amante são alvejados, sendo que o primeiro com maior gravidade. A dor de uma traição o levou a tal inconsequência, era impossível imaginar o que passava pela sua cabeça, talvez não fizesse nada e se fosse mais impulsivo, teria atirado logo na cabeça do amante e evitava que fosse alvejado. Seu corpo sangra e seus sentidos começam a reduzir, já estava estirado ao chão e não conseguia dizer uma palavra, apenas sentia o gosto de sangue na boca.

   Policiais chegam a tempo, o socorro ainda encontra o marido com vida, mas não o suficiente para manter seus sinais vitais por muito tempo. O amante também precisa de cuidados e conseguiu ser levado ao hospital com vida. A esposa nada sofreu, retornou para sua casa com a certeza de que não mais veria seu marido e que provavelmente não teria mais sexo com seu amante, pelo menos nos próximos dias. Sua casa ficou vazia, seus sentimentos ficaram confusos, havia apenas uma certeza, que suas ações levaram àquela fatalidade.

- FIM - 

sábado, 9 de abril de 2016

Pausa para a leitura: O Quarto do Sonho, de Renata Dias

   Vez ou outra me deparo nos raros momentos quando alguma pessoa adiciona meu perfil para ser seguido no Instagram. Foi o que aconteceu com Renata Dias (uma escritora?), que por curiosidade fui pesquisar mais sobre ela e descobri um blog e livros publicados além de seu perfil no IG (abreviação de instagram que só fui deduzir após muito tempo). Na realidade ela possui uma trilogia pronta, publicou o primeiro volume em dezembro de 2014 e a continuação em março de 2016.



   O que me chamou atenção foi a temática "soft porn" abordada em seus livros e que tem provocado um alvoroço entre as leitoras (e leitores), nem é preciso citar o que "Cinquenta Tons de Cinza" provocou (e não o li) e acabou decepcionando quando se tornou filme (uma pena!). Estava pressentindo que precisava ler mais um livro, porém, precisava terminar meu terceiro volume de Chapada e encabeçar mais um novo livro. Não teve jeito e dei uma pausa, dessa vez o livro escolhido foi "O Quarto dos Sonhos" de Renata Dias.

   Vamos então às impressões:

   Somos apresentados ao personagem "Gabe" (Gabriel Rocha), um dedicado estudante no ramo da psicologia que, de tão compenetrado, não possuía relacionamentos duradouros com outras mulheres, possuía amigas que o tinham como confidente, inclusive para relatos íntimos. Talvez a mulher que o tenha marcado até aquele momento tenha sido Mel (Melissa), a qual tiveram um romance adolescente que terminou pela falta de interesse de Gabe.

   Pausa: Poderíamos enquadrar Gabe como uma pessoa assexuada, que priorizava seus estudos e consequentemente um reconhecimento profissional (talvez). Digamos que se relacionar afetivamente e sexualmente não passava pela sua cabeça como uma necessidade primordial dos desejos de um ser humano.

   E foi com a pretensão de adquirir conhecimento que Gabe conseguiu uma bolsa de estudos para uma importante universidade nos EUA. Após um mestrado e cursando o doutorado, ele já estava prestando atendimento voluntário num dia da semana e consultas pagas nos demais dias. Talvez tivesse condições, mas ainda vivia em república quando se deparou com um anúncio de alguém se oferecendo para dividir um apartamento.

   Digamos que o inusitado acontece, quem oferecia a divisão do apartamento era Claire, o que indicaria que Gabe seria descartado por ser do sexo masculino, no entanto, não foi isso o que aconteceu entre eles.

   Estou passando tão superficialmente pela história que deveria voltar ao início e comentar sobre o conturbado encontro de Gabe e sua irmã Laura, quando ela o flagrou dormindo com Mel na sala da casa de seus pais. Havia um sentimento de culpa em Gabe e isso o tornava incapaz de interpretar e traduzir o que sua irmã quis lhe dizer, parecia algo enigmático e difícil de ser decifrado.

   Voltando para Gabe nos EUA, ele enfim consegue um quarto, dividindo justamente o apartamento com uma mulher, Claire, a qual fez despertar um interesse pela sua beleza. Havia uma diferença entre eles: Gabe, um psicanalista metódico com suas rotinas bem definidas e sem agitação, enquanto Claire é uma atriz aspirando por peças teatrais e fazendo testes para comerciais de televisão, completamente sem rotina, chegando tarde (na realidade de manhã cedo) em casa e provocando o primeiro susto em Gabe quando isso ocorre.

   Em alguns pequenos e rápidos episódios percebi na leitura cenas "clichês" que não desmerecem o desenrolar da história. Enfim, sempre nos deparamos com algumas ações que se repetem em diversos filmes, não poderia ser diferente com os livros.

   Antes que conte a história toda do livro e isso acabe se tornando um completo "spoiler", abordarei alguns pontos que me chamaram a atenção:

  Como disse no início, o livro possui uma temática "hot" ou "soft porn". Além de algumas cenas detalhadas de sexo com referência aos órgãos sexuais e posições, existe também tabus que alguns casais enfrentam, dentre eles, a masturbação feminina. Gabe se incomodava quando flagrava Claire em momentos íntimos de masturbação. Eu diria que está implícito aí uma necessidade de ter abordado essa questão, que para muitos é polêmica. A mulher não pode ter desejos? Ela não pode se excitar, explorar e tocar em seu corpo? Essa questão não é simplesmente abordada sem sentido algum, quem ler o livro perceberá que mais adiante isso servirá para Gabe "tratar" uma paciente.

   Me surpreendi que Gabe desconhecia brinquedos sexuais/eróticos. Talvez uma boa parcela dos homens também desconheçam, que não existem apenas objetos que simulam o órgão masculino. Mas é isso mesmo, temos diversas realidades e nem todos estão dispostos a conhecer algo novo.

   Como psicanalista, Gabe me pareceu um tanto ingênuo quanto a algumas questões abordadas pelos seus clientes ou até mesmo por conta de algumas revelações, principalmente por ele ter se tornado um "especialista" em relacionamentos. Mas claro, isso é um romance e na ficção é possível. Mas será que não existem aqueles profissionais que ainda não amadureceram o suficiente para lidar com determinados pacientes? Vale a pena pensar nessa possibilidade e dar um crédito à alguns aspectos de inexperiência de Gabe.

   Essa ingenuidade se aflora quando ele aceita em seu consultório Claire como cliente (mas como?). Isso mesmo. Mas não que ele se torne por completo seu psicanalista, na segunda ou terceira consulta já existe uma recomendação para que ela procure outro profissional (e não faça as mesmas coisas que fizeram juntos no consultório).

   Uma das impressões que tive do livro foi a necessidade de se deixar permitir que as coisas fluam, "deixar rolar" dentro do clima entre eles. Gabe se dizia inexperiente, porém, em nenhum momento Claire se mostrava decepcionada com o seu desempenho. Poderia afirmar que a conexão e a "química" entre eles a impedia de encontrar algum defeito? Poderia ser a paixão, o tesão ou o sorriso...

   Por falar em sorriso, também tive a impressão que não foi muito o tipo físico em forma de Gabe que conquistou Claire, era possível notar que o seu sorriso se tornava cativante não somente para ela como para outras mulheres também. Então, homens! Cuidem muito bem de sua saúde bucal por que um belo sorriso é capaz de derreter o coração daquela mulher por quem esteja apaixonado (mas não utilize isso para outros fins!).

   E as cenas de sexo? Hum, tem gente que não gosta de literatura erótica, tem aqueles que leem e fazem cara de paisagem (será mesmo?) e tem aqueles que se excitam e talvez precisem de um momento de privacidade para ler com mais "ênfase". Digo que precisei me conter em determinados momentos, respirar fundo, abstrair para que a cena não "influenciasse" muito. Algumas talvez poderiam ser mais detalhistas, mas foi a opção da autora.

   E existe alguma coisa pervertida? Nós homens sempre pensamos em sacanagem, que nem sempre envolve apenas a relação de um casal. Mas mulher também não pensa? Eu acredito que sim, mas não são todas e nem sempre da forma que nós pensamos. O livro fala de descobertas, de locais muitas vezes inusitados, de surpresas. Quem nunca quis transar numa piscina por exemplo? Ou num cantinho de uma festa? Alguém já deve ter feito isso. Dentre as descobertas, tem uma que Gabe não se deixou permitir e que também é tabu para alguns homens.

   Sabe, por mais inusitado que tenha se formado a relação entre Gabe e Claire, eu torcia para que eles encontrassem um ponto de equilíbrio. Essa relação o faz despertar para alguns problemas do passado, como a discussão que teve com sua irmã, Laura, e até mesmo o quanto perdeu por não ter aproveitado antes os prazeres que uma relação e se permitir lhe proporcionaram.

   Posso estar fugindo da temática do livro? Talvez, mas comentar dele de forma linear e detalhadamente poderia fazer perder o gosto dos interessados em lê-lo também. Eu queria mais era desmistificar essa questão do "soft porn", do romance "hot" que muitas vezes nos deparamos e que tem sido mal visto por alguns leitores do sexo masculino e muito bem aceito pelas leitoras que se interessam pelo gênero literário. Até parece que ninguém assistiu a uma pornochanchada ou simplesmente fecha os olhos quando se depara com uma cena quente numa novela ou filme. Os livros podem ser assim também e por trás do contexto erotizado de algumas cenas há algo que podemos refletir e pensar.

   Poxa, eu acho que escrevi demais e não consegui transmitir 50% das ideias que circulam em minha mente sobre esse livro. Mas enfim, se você chegou até esse trecho aqui é por que se interessou pelo livro e pelo que escrevi. Então, dê uma chance, procura no site da Saraiva, Amazon e adquira seu exemplar de "O Quarto do Sonho" e com certeza se interessará para ler "O Quarto do Conto", segundo volume dessa trilogia escrita por Renata Dias.

   Abraços e até mais!

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Resenha do primeiro volume de Chapada pelo instagramer @para.ler

  Olha eu aqui mais uma vez!

  Dessa vez o IG @para.ler, comandado por Márcia aceitou a oportunidade de ler um dos meus livros e o escolhido foi Chapada - A Descoberta de Uma Paixão, o primeiro volume da série. Márcia possui um grande apreço em tirar fotos dos livros que lê, seja no formato digital ou impresso e o resultado belíssimo da minha obra acabou sendo essa aqui:

Foto tirada do instagram @para.ler

   Transcrevo aqui o que Márcia comentou sobre a leitura:

   Já fazia um tempinho que não lia um livro nacional, então essa leitura foi super bem vinda.
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   Nesse livro os personagens tem um sotaque do nordeste do país, que eu achei uma graça!!!
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   Artur e Pérola, são um casal super interessante, principalmente por suas diferenças de vida. Artur é simples e leva uma vida calma e tranquila. Pérola é um estrela da música nacional, com uma rotina de vida corrida e totalmente exposta.
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   Tudo começa como uma amizade, vinda da preocupação de Artur e do sentimento de gratidão de Pérola. Com o passar dos dias esses laços vão se estreitando e as afinidades começam a aparecer. A conversa e o sentimento ingênuo vão se transformando e dão lugar ao flerte e ao desejo.
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   Mesmo com rotinas muito diferentes ambos são solitários e essa aproximação acaba se revelando especial. Com a distância entre eles, um simples reecontro é capaz de lhes mostrar que talvez seus sentimentos estejam muito além do desejo.
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   Esse é só o primeiro volume dessa história de amor, que tem/terá mais dois volumes. O segundo já foi lançado (🙏) e o terceiro ainda está sendo escrito! 😭
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   Uma livro super agradável e totalmente independente, o que tornou essa leitura ainda mais especial!
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   Obrigada pelo confiança e parabéns pelo seu trabalho! @eulaliohereda

   Se você se interessou pelo livro, pode encontrá-lo no Clube de Autores e na Amazon.

Resenha de A Forma Abstrata pelo instagramer @essencialiterariaoficial

   Olá a todos!

   Tenho estabelecido parcerias nas mais diversas redes sociais: bloggers, instagram, facebook e skoob. Muitas vezes é uma tarefa árdua: procurar interessados, enviar a proposta para leitura, parceria e aguardar a resposta e aceitação. Há aqueles que aceitam e depois desaparecem, não dão notícias, não informam se estão lendo ou se algum dia lerão o livro.

   
   Dessa vez foi por meio do Instagram, entrando em contato com @essencialiterariaoficial, cuja detentora do IG é Amanda, que consegui mais uma parceria e ela se interessou em ler A Forma Abstrata de se Curtir a Vida. Fiquei grato com a oportunidade que ela me deu e também pela resenha feita, a qual transcrevo aqui:
   

  A Forma Abstrata de se Curtir a Vida foi escrito pelo autor Eulálio Cohim Hereda de Freitas e publicado pela primeira vez em 2015.

  A história começa quando Marcos, um jovem tímido, retornando da escola conhece Juliana, sua primeira namorada, com quem tem sua primeira relação sexual. Vivenciando um relacionamento ainda em fase de encantamentos e descobertas, eis que surge Hellen na vida de Marcos, por quem se sentirá atraído e disposto a viver novas experiências. 

   Com uma narrativa clara e envolvente, o autor vai além de um romance adolescente. Ele escreve sobre as tais flores e espinhos de uma relação, os desejos íntimos, os erros, as escolhas e suas consequências. 

   Poderia ter incluído A Forma Abstrata de se Curtir a Vida na categoria de livros lidos em um dia, mas me aprofundei tanto na história que já me sentia íntima dos personagens, ao ponto de não saber como lidaria com o fim. Mas, ele supriu minhas expectativas. E ao findar desta brilhante leitura percebo que, assim como o Marcos, nós evoluímos, mudamos conceitos, aprendemos com os erros e amadurecemos após cada relacionamento. 

   Não tenho o que "tirar nem por" em relação ao que Amanda escreveu, se você se interessou pelo livro pode encontrá-lo no site Clube de Autores e Amazon.

   Até mais!

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Como classificar uma literatura erótica?

   Após uma escritora conterrânea, Renata Dias, me adicionar no Instagram e despertar em mim a curiosidade em conhecer suas obras, surgiu certa dúvida sobre como classificar uma produção literária como erótica (soft porn, hard porn ou algo assim). Numa rápida pesquisa virtual não encontrei nada que pudesse definir com clareza como separar uma literatura desse tipo, porém, achei uma classificação quanto a obras audiovisuais.

   Mas será que pode existir alguma correlação de classificação entre uma obra audiovisual e uma literária? Eu diria que o conceito implícito, sim, e veremos por que.

   A Classificação Indicativa é de competência da Secretaria Nacional de Justiça (SNJ) vinculada ao Ministério da Justiça e o documento pode ser encontrado aqui.

   Vamos ao que interessa então! A Classificação Indicativa é baseada em três critérios: Violência; Sexo e Nudez; e Drogas. Para cada indicação máxima etária que o indivíduo pode acessar aquele conteúdo existe um detalhamento do que pode ser exibido de acordo com os critérios.

   Eu acredito, que por existir uma narração e descrição numa obra literária, o que está escrito permite que o leitor crie em seu imaginário um cenário conforme o nível de detalhes que o autor produziu, sendo assim, é possível dizer que uma obra literária pode se encaixar em um conteúdo adulto e se classificar como erótico, soft porn ou algo parecido, ou então ser um livro mais genérico, caso os outros critérios abordados pela Classificação Indicativa seja respeitado.

   O que o Guia Prático diz quanto a sexo e nudez?
   
"A tendência é aplicada quando há cenas com nudez, de qualquer natureza, exposta de maneira não-erótica, dentro de um contexto científico, artístico ou cultural. EXEMPLO: Documentário mostra a realidade de uma tribo indígena onde as pessoas estão nuas."


   Podemos afirmar que a partir desse conceito, o Instagram ou Facebook não poderia censurar uma imagem de um aborígene nu publicado em suas redes sociais. No entanto, como são empresas de nível internacional e seu conteúdo é visível a qualquer pessoa no planeta (exceto na China, eu acho), outros países talvez possuam restrição quanto a publicação de conteúdos de seres humanos nus, mesmo que existindo um "contexto científico, artístico ou cultural".



"A tendência é aplicada quando há cenas com diálogos não estimulantes sobre sexo e que estejam dentro de contexto educativo ou informativo. EXEMPLO: Em escola, estudantes aprendem sobre o sistema reprodutor." 




   Não há muito o que falar, encontramos esse tipo de conteúdo em livros didáticos, tipo o de Ciências, no qual, em nosso aprendizado escola começamos a descobrir as diferenças do homem para a mulher, as suas especificidades nos sistema reprodutivo e como somos gerados.



Nessa classificação, há uma ampliação do que é permitido, separado de acordo com alguns critérios, sendo permitido:

- cenas com nudez sem a apresentação de nus frontais (pênis, vagina), seios e nádegas, ou seja, uma nudez "opaca" ou velada;

- quando é possível deduzir por diálogos, imagens e contextos, que a relação ocorreu, ocorrerá ou está acontecendo, sem que, contudo, seja possível visualizar ato sexual;

- quando há cena não explícita de masturbação;

- quando em diálogos, narrações ou cartelas gráficas se apresentem palavras chulas ou palavrões. São expressões ofensivas e vulgares relacionadas a sexo (incluindo órgãos sexuais) e excrementos;

- quando se apresentam diálogos, narrações ou cartelas gráficas sobre sexo, em qualquer contexto, sem que haja apresentação de vulgaridades, detalhamentos ou sem que o diálogo seja erótico ou estimulante;

- quando são apresentadas imagens ou sons de uma cena que tenha uma relação sexual farsesca, sem que haja o ato sexual em si;

   Enfim, é nessa idade que o adolescente deveria começar a conhecer e talvez falar palavrões relacionadas a sexo, porém, ele ainda não teria acesso a um nu frontal, não teria conhecimento preciso de como é um ato ou uma posição sexual, mas sim uma "insinuação" ainda.


Mais uma vez, temos uma ampliação do que é permitido:

- quando é apresentada cena em que sejam exibidos seios e/ou nádegas, mas não sejam exibidos os órgãos genitais;

- quando há imagens, diálogos e contextos eróticos, sensuais ou sexualmente estimulantes, como strip-teases, danças eróticas, diálogos estimulantes, provocações de caráter sexual;

- quando há imagens, diálogos ou contextos que apresentem a sexualidade de maneira vulgar;

   Vemos agora que o adolescente pode ter acesso a cenas envolvendo seios e até pode ser estimulado com provocações. Enfim, se for do sexo masculino, ele já deve ter descoberto seu órgão sexual e como é um bom estimulante para obtenção de prazer e calejamento das mãos.


- quando é possível visualizar pênis ou vagina;

-  quando é apresentada qualquer etapa do ato da prostituição: sedução/conquista, contratação, prática sexual ou pagamento e que apresente a naturalização, banalização ou enaltecimento da prática da prostituição;

- quando há cena com qualquer modalidade de sexo (vaginal, anal, oral) não explícita;


  Nessa classificação, o adolescente já pode ter conhecimento de toda a imagem nua do ser humano, as cenas de sexo podem existir (será mesmo?), porém, não explícita. O que isso quer dizer? O ato sexual pode ser visto e até insinuado o que está sendo prático (se sexo oral, vaginal ou anal), porém não pode ser apresentado os detalhes de forma explícita.

  Será que nos livros eróticos podemos classificá-los como adequados para adolescentes? Eu acredito que sim, talvez até os chamados "soft porns", se enquadrem aqui. E os rapazes e garotas, ávidos para se apaixonarem e também descobrindo sua sexualidade (entendam, sexualidade não quer dizer que estão perdendo a virgindade), se erotizando com determinados detalhes descritos nas páginas dos livros são devoradores desse tipo de literatura?

Por fim e não menos importante, a Classificação Indicativa ao qual estou enquadrado, mas não significa que meus livros escritos devam ser exclusivos para esse público, tudo dependerá do nível de detalhes do conteúdo erótico que eu estiver produzindo.

- quando há apresentação de relação sexual explícita, de qualquer natureza, inclusive masturbação, com reações realistas dos personagens participantes do ato sexual. Necessariamente, são apresentados os órgãos sexuais. Não é utilizado somente em cenas de pornografia;

-  quando há cenas de sexo com incesto (apresentação de cenas de sexo ou relações erótico-afetivas entre parentes de primeiro grau ou correlatos, como pai, mãe, irmão, padrasto, enteado etc.), orgias, swing e fetiches;

   Espera aí! Se existir alguma cena de sexo envolvendo fetiches, orgias e incesto é claro que o conteúdo impreterivelmente deverá ser adulto e talvez por conta disso muitos "sof porns" escritos deixam de ter o publico adolescente como aceitável por que em seu conteúdo tem algo correlacionado a fetiches.

   Então, ao escrever um conteúdo erótico, a depender da história e da criatividade em nossas mentes podemos moldar uma história mais branda e alcançar o público adolescente de 16 anos sem "ferir" a Classificação Indicativa, ou até mesmo, se um dia a obra se tornar um filme (e acredito que muitos autores sonham com isso), ele não necessitará de ser podado para atingir um público maior, ao invés de ficar restrito à classificação de 18 anos.

  Até a próxima!