quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Chapada - A descoberta de uma Paixão - Volume 1

Chegou na segunda-feira, porém não acompanhei o rastreamento da encomenda e o porteiro não me avisou. Somente na terça que pude pegar e ver que chegaram os dois livros que escrevi após Ambiguidade: A Forma Abstrata de se Curtir a Vida e Chapada. Mas vamos falar do segundo livro.
Por vezes temos um estalo mental quanto a determinado assunto. Enquanto eu reescrevia A Forma Abstrata comecei a resgatar uma ideia antiga: uma história em que uma cantora fosse sequestrada e um desconhecido fosse capaz de resgatá-la do perigo. Era um norte, mas precisava de mais algo para rechear as páginas. Após ver as fotos de um vizinho se aventurando pela Chapada da Diamantina e perceber que no mesmo período ocorreu o Festival de Inverno de Lençóis, comecei a definir melhor a linha a ser seguida do sequestro e do resgate.
Semelhante a Ambiguidade, comecei a imaginar uma história pequena e depois percebi que se tornaria grande. Um romance entre os personagens principais se forma, a distância física, a diferença de profissões e social entre eles pode formar um conflito para o relacionamento e provocar uma crise, o desenlace da investigação policial sobre os mandantes e participantes do sequestro é algo a ser explorado, a crise na banda por conta da presença de um estranho acompanhando a cantora e mais outras coisas podem ser escritas nos próximos volumes...
Mas como tudo isso começou a ser estruturado? Não sei se comentei em posts anteriores, mas atualmente eu penso num livro já definindo o início, o meio e o fim. A minha formação em engenharia ajudou a traçar uma linha de fluxo, como se a história fosse um sistema produtivo. As entradas seriam os personagem principais e as etapas de cada processo como se fossem capítulos ou passagens na história que deveriam acontecer até chegar ao final que seria a última pontuação da última página do último volume.
É prazeroso escrever, é como participar de um filmes só que você está definindo que rumo aquela trama seguirá e qual o fim perfeito para ti. O final eu ainda deixei em aberto e diferente de Ambiguidade que foi escrito em um volume único, Chapada poderei absorver as críticas e a cada nova tiragem comparar se o que defini como linha central da história está agradando aos leitores e assim acatar ou não algumas pequenas alterações.

Boa leitura!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Chegaram os livros de poesias

   Ontem tive o prazer de receber dos Correios os dois volumes de Sonhos em Poesia que escrevi durante minha adolescência e que somente agora publiquei no Clube de Autores. Eles são livros pequenos, de poucas páginas (em torno de 52), porém, de um conteúdo riquíssimo que retrata meus pensamentos a partir dos 16 anos de idade. Talvez muito jovem para adquirir uma linguagem poética, no entanto, romântico o suficiente para me arriscar a produzir algumas rimas. É claro que no início quase que não existia musicalidade ao ler as estrofes, mas depois elas começam a adquirir a partir de um amadurecimento misturado à uma necessidade estar sempre se apaixonando.


   Nenhuma foi descartada por ter achado seu formato feio ou inapropriado. As datas e horários mostram que minha criatividade fluía à noite, quando o silêncio pairava e eu conseguia encontrar a paz necessária para refletir sobre os sentimentos que eu vivia à época, algumas poesias são politizadas, revoltadas, de crítica, já outras retratam a paixão que eu sentia e vivia, misturada à minha timidez que pode ser confundida com a de alguns personagens que escrevo.

  É extremamente gratificante ver o resultado de um trabalho que viveu guardado num caderno pautado dentro de uma caixa arquivo, cujo único formato se dava por um título, versos, estrofes, data, horário e minha assinatura. Poderia ter sido melhor, dividir em dois volumes a quantidade de poesias que escrevi fez com que o livro tivesse um formato semelhante a de uma revista grampeada ao meio, não ficou com aspecto de livro. Consolidar os dois volumes num só inviabilizaria qualquer expectativa comercial de venda, imagino que poesias não vendem muito e elas acabam somando ao total de cinco livros que já publiquei.

  Mas não ficarei aqui lamentando o quão é difícil ser um escritor anônimo. Isso ficará numa outra postagem. Enquanto isso fico aqui deleitando essa minha nova produção.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Atingindo a marca de cinco livros publicados

    Não é fácil, tenho que admitir. No entanto, eu contava com a sorte de já possuir quatro livros escritos e digitados. Ter encontrado o Clube de Autores como elemento motivador para publicar meus livros de forma independente contribuiu bastante. Após ter lançado o livro "Ambiguidade: Quando um dom se torna conflitante", retirei da "gaveta" o primeiro livro que eu havia escrito (sim, Ambiguidade foi o primeiro lançado, mas não foi o primeiro escrito) e parti para reescrevê-lo e dar uma narrativa que fosse mais prazerosa de ler.


    Enquanto reescrevia "A Forma Abstrata" comecei a ter ideias para um terceiro livro, e a ansiedade foi tanta que fiz apenas uma revisão e publiquei o segundo título. A capa inicial não saiu tão legal, mas não demorou muito para encontrar a definição ideal de imagem que se encontra no formato atual. Uma colega de trabalho que leu "Ambiguidade" ficou bastante animada ao saber que publiquei um segundo livro que o comprou de imediato e leu em apenas um dia as 215 páginas que labutei para escrevê-lo. Mais uma vez fui elogiado pela narrativa ser fluida, descontraída e agora com um enfoque na adolescência.

    O terceiro livro eu já imaginava que seria grande. Comecei a sondar o que poderia ser considerado um livro ideal para leitura, quesitos como quantidade de páginas e preço conflitavam bastante e por isso comecei a definir pontos de parada para o meu novo título. A princípio serão resumidos em três volumes, sendo que o primeiro consegui concluir e publicar. Já estou aqui na formulação da continuação, porém, algo ainda estava por vir.

    Ao fuçar os livros que eu havia digitado minhas poesias percebi que com uma breve formatação, diagramação e revisão eu o deixava praticamente pronto para publicação. Tive a sorte de encontrar as imagens que eu desejava como capa e editá-las a ponto de ficarem a contento, belas para serem apreciadas como obra de arte. Aparentemente não havia mais pendências e decidi por publicar mais dois livros de poesias, completando assim um total de cinco livros no ano de 2015.

Como tudo começou: A Forma Abstrata de se Curtir a Vida

 

   Seguindo uma ordem de publicações de livros no Clube de Autores, A Forma Abstrata de se Curtir a Vida é o segundo título lançado, embora seja o primeiro escrito. Por volta de 1994 eu estava com 15 anos de idade e ingressando no nível médio no Centro Federal de Ensino Tecnológico (CEFET-BA e atual IFBA). Eu não era um garoto popular, tinha poucos amigos e uma aparência que não despertava o interesse das garotas para namorar. Em contrapartida, havia um desejo enorme para descobrir como era se relacionar, namorar.

   Por estar encarando uma nova instituição de ensino eu tinha que conquistar novos amigos e abandonar aqueles que cativei na escola anterior. Me sentia um peixe fora d'água e num primeiro contato com a disciplina de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira comecei a me identificar com a era romancista e suas poesias. Me apaixonava exponencialmente e facilmente vivia imergido no imaginário de um relacionamento que dificilmente conseguiria me expressar verbalmente e por isso escrevia versos e formava estrofes.

    Mas não estou aqui para falar de poesias, elas foram um outro início. Meu corpo se acumulava de hormônios e desejos de ter um relacionamento que minha timidez não permitia. Completamente mergulhado no mundo literário comecei a narrar relacionamentos fictícios, como eles poderiam ocorrer dentro de uma locação real onde morei, misturada com a escola que precisei abandonar. Se observarem nos meus textos, um passo não era dado pelo personagem Marcos se a garota não demonstrasse realmente aquilo que queria, por vezes pode parecer que ela era quem tomava a iniciativa (eu acho que realmente tomava).

    O livro inicialmente foi escrito em primeira pessoa. Por entre as poesias que eu compartilhava com meus colegas de escola decidi também compartilhar a história do livro. Muitos confundiam a minha vida com a escrita no livro, mas que na realidade não passava de uma ficção ou até mesmo algo que eu esperava de um relacionamento, cometendo erros e acertos. O que muitos adolescentes sabem o que é.

    A história permaneceu guardada por anos escrita num caderno escolar de folhas pautadas e presas por uma espiral metálica, após alguns anos transcrevi em sua forma original para o formato word. Depois de ter lançado "Ambiguidade: Quando um dom se torna conflitante" decidi que precisava olhar para trás, principalmente por que não estava com inspiração para dar prosseguimento a um novo título. Mais experiente que antes, percebi que a narrativa em primeira pessoa não estava adequada ao livro e comecei a reescreve-lo adotando a terceira pessoa, recheando com mais descrição os personagens e os ambientes sem perder a essência principal, o cerne que me movimentou a escreve-lo inicialmente. O resultado foi surpreendente, poderia ter sido melhor talvez, porém, modificaria o fluxo de ideia que eu havia traçado quando escrevi este livro na minha adolescência e não queria perdê-la.

Link para o livro no site Clube de Autores: