terça-feira, 1 de março de 2016

Qual a real necessidade de escrever?

   
   Sempre quando vou à uma livraria fico pegando nas diversas publicações para ver a produção da capa, a quantidade de páginas, diagramação utilizada na formatação dos parágrafos, se os capítulos se iniciam pelas páginas ímpares e até mesmo se há ilustrações. Minha última curiosidade foi procurar como são as capas de séries e trilogias, se possuem as mesmas cores, formatos, etc.
   
   Me deparei então com um livro de Nora Roberts e fui ler um pouco sobre sua história. Fiquei impressionado, pois ela possui mais de 200 "best-sellers" românticos publicados, é muito sucesso de venda e muita publicação também. Para quem começou a carreira em 1979, podemos afirmar que já são 37 anos escrevendo livros, multiplicados por 365 dias por ano e dividindo por 200 livros, temos uma média de um livro escrito a cada 67,5 dias!


   Tudo bem, vamos ampliar essa estatística, tipo, se um livro possui em média 350 páginas podemos dizer que ela escrevia algo em torno de 5 páginas por dia ininterruptamente até que o livro estivesse pronto. É um valor aceitável? Sim, é um valor aceitável! Para minha surpresa, que muitas vezes consigo produzir dez páginas ou mais num dia só, e ainda trabalhando, 5 páginas por dia é um número aceitável.

   Mas por que a minha surpresa? eu achei a quantidade de "best-sellers" muito grande para uma única autora. Mais de 200 livros publicados! Comparativamente, Jorge Amado possui apenas 37 livros em toda sua carreira, João Ubaldo Ribeiro 22, Luís Fernando Veríssimo possui aproximadamente 80 publicações. Juntando apenas essas três cabeças, não somam a quantidade impressionante de Nora Roberts.

   A indústria do livro nos Estados Unidos impressiona com esses números. Poderia julgar que a autora, inclusive, não possui outra ocupação a não ser escrever seus sucessos de venda, enquanto nós, meros plebeus ficamos sonhando um dia com o primeiro sucesso. Isso também me faz despertar um grande interesse em valorizar os autores brasileiros, encontrar aqueles talentos que estão por aí escondidos e que precisam de reconhecimento para manter a chama da esperança viva.

   Não é uma radicalização, não é isso. Mas é importante alternar entre leituras de "best-sellers" internacionais dar uma fuçada em algum autor nacional e valorizá-lo também, talvez até mesmo reduzindo a desproporção entre livros estrangeiros lidos. O que acham da proposta?


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